Falar sobre Olinda pra mim é como
tentar expressar o amor que uma mãe tem por um filho, não se acha
palavras, só se sente.
Amar Olinda é
uma coisa tão minha, que eu não espero que alguém me entenda.
Posso pegar engarrafamento todo santo dia, pra ir pra Universidade ou
pra voltar do estágio, podem dizer: “Oxe, Olinda é longe que
só, tu deveria morar num lugar mais sociável”, mas Olinda
é tão eu, ela É tão minha!
Sempre me
perguntam: “Ô Yasmin, e se teu futuro marido quiser morar em
outro lugar?”, eu respondo com a maior precisão do mundo: “Eu
não caso!”. Como é que eu vou cogitar a possibilidade
de viver em um lugar que eu não sentisse esse amor arretado? Como eu
iria conseguir criar meus filhos em um lugar diferente do que os meus
pais me criaram? Como eu ia conseguir viver em um lugar que eu não
conhecesse como a palma da minha mão?
Se me pedirem pra andar dez minutos
de esteira, nos cinco primeiros minutos já vou estar
morta. Mas, se me pedirem pra subir as ladeiras de Olinda, vou com
tanto prazer que subo devagarzinho, apreciando aquelas casas, tão
juntinhas e coloridas, com os moradores na frente delas jogando uma
conversa fora, ou deitados na rede da varanda, numa tranquilidade tão
bonita e rara de se ver. Fico também naquela expectativa de chegar
lá em cima e ver aquela
paisagem, que por mais que eu já conheça, nunca me acostumo, sempre
parece como na primeira vez. Ah, minha primeira vez (que eu me
“entenda” como gente) nas ladeiras, minha curiosidade era
tanta, “Caramba, essas ladeiras são tão altas que eu acho que vou
conseguir tocar nas nuvens!”. E foi assim que eu me senti quando
criança, e é assim que me sinto com meus poucos 19 anos de idade,
nas nuvens!
São
tantas as lembranças que tu me traz, minha Olinda, são tantos os
momentos me veem a cabeça só em pensar em ti. É acordar às 7h da
manhã nas férias, só pra pegar minha bicicleta e andar pela tua Orla,
é reunir meus amigos sem nada planejado, pra passar à noite pela
tua parte histórica, é ver as tuas ladeiras coloridas, fazendo tu
minha Olinda, sorrir no Carnaval.
Minha
amada Olinda, como diz teu filho Alceu Valença,
“Tens a paz dos
Mosteiros da Índia!”
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Como em qualquer rua, as conversas entre vizinhos, a fofoca ou apenas contemplar a paisagem - seja ela qual for, é comum e sempre bem vindo. Então fica à vontade.