Imagina só que massa um
evento direcionado a música, em um lugar tranquilizante e de graça.
Esse é o mimo, um movimento que
teve origem aqui mesmo em Olinda, com o intuito de trazer a música
instrumental, tanto internacional, como brasileira, pra dentro das
igrejas de cidades históricas, mas que com o tempo foi tomando
proporções gigantescas, e hoje conta também com etapas educativas
e festivais de cinema, tudo claro, relacionado a música.
Igreja Nossa Senhora do Carmo - Olinda |
São Pedro mandou brasa com a chuva,
teve dó nem piedade. E eu ouvia pelas ladeiras “Vai ter mimo sim,
vai ter mimo pra c@#¨£¢$.. E se reclamarem muito, vai ter duas
mimo“. Mas toda edição do mimo chove, mesmo que seja um tiquinho,
então a chuva já é uma convidada ilustre, que faz um diferença
danada, e ainda dar o prazer de colorir ainda mais Olinda com tanta
sombrinha.
Igreja da Sé - Olinda |
Na edição desse ano teve exibição
do filme Dominguinhos, pra apertar aquela saudade
que esse caba deixou; teve O Filho do Holocausto, uma história
surpreendente sobre Jorge Mautner; teve Geração Baré Cola, que
fala sobre a história da cena de Brasília depois do BRock, e um
bucado de coisa.
E o que falar dos concertos dentro
das igrejas? O ambiente já me traz uma leveza, e com os concertos...
é algo impossível de pôr em palavras, só quem tava lá viu e
sentiu. Artistas consagrados mundialmente, apresentaram
aos que não conheciam, a verdadeira música clássica, e fez muitos
perceberem como ela tem que sair desse estereótipo de uma coisa
“chata, cansativa e sonolenta.”
Ao descer a ladeira da Sé, tu se
deparava com um palco montado do ladinho da Igreja do Carmo, e de
baixo da chuva que deu Sábado, tinha aquele lamaceiro, mas tu pensa
que o povo ficou o tempo todo escondidinho pra não se molhar, foi?
Oxente, deu uns 10 minutos saiu todo mundo pra se molhar e dançar, o
Grupo Bongar do Terreiro Xambá de Olinda, levantou a galera, e no
intervalo das músicas declamava o amor e orgulho que tinha pela
cultura pernambucana. Ainda teve Jorge Mautner com uma
participaçãozinha do filho da nossa terra, o Otto. E pra fechar,
ainda rolou marchinhas clássicas de Carnaval.
O mimo mostrou mais uma vez o motivo pelo que veio, e deixou ainda mais claro que temos nossa cultura
apaixonante e que nos orgulhamos dela, mas que mesmo assim damos
espaços merecidos para outros estilos, e o quanto estamos dispostos
a aprender mais. Levo dessa edição novos conhecimentos, conceitos,
valores, admiração fora do profissional de artistas que tive o
prazer de conhecer no “quintal” da minha casa, e aquela saudade
que vai ficar apertada até chegar a próxima edição.
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Como em qualquer rua, as conversas entre vizinhos, a fofoca ou apenas contemplar a paisagem - seja ela qual for, é comum e sempre bem vindo. Então fica à vontade.