quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Mimo de Olinda


Imagina só que massa um evento direcionado a música, em um lugar tranquilizante e de graça.

  Esse é o mimo, um movimento que teve origem aqui mesmo em Olinda, com o intuito de trazer a música instrumental, tanto internacional, como brasileira, pra dentro das igrejas de cidades históricas, mas que com o tempo foi tomando proporções gigantescas, e hoje conta também com etapas educativas e festivais de cinema, tudo claro, relacionado a música.

Igreja Nossa Senhora do Carmo - Olinda 

Como diz Eddie: “Olinda inteira vai descer ladeira”,  desceu e nem era prévia de Carnaval, visse?

  São Pedro mandou brasa com a chuva, teve dó nem piedade. E eu ouvia pelas ladeiras “Vai ter mimo sim, vai ter mimo pra c@#¨£¢$.. E se reclamarem muito, vai ter duas mimo“. Mas toda edição do mimo chove, mesmo que seja um tiquinho, então a chuva já é uma convidada ilustre, que faz um diferença danada, e ainda dar o prazer de colorir ainda mais Olinda com tanta sombrinha.

Igreja da Sé - Olinda

  Na edição desse ano teve exibição do filme Dominguinhos, pra apertar aquela saudade que esse caba deixou; teve O Filho do Holocausto, uma história surpreendente sobre Jorge Mautner; teve Geração Baré Cola, que fala sobre a história da cena de Brasília depois do BRock, e um bucado de coisa.

  E o que falar dos concertos dentro das igrejas? O ambiente já me traz uma leveza, e com os concertos... é algo impossível de pôr em palavras, só quem tava lá viu e sentiu. Artistas consagrados mundialmente, apresentaram aos que não conheciam, a verdadeira música clássica, e fez muitos perceberem como ela tem que sair desse estereótipo de uma coisa “chata, cansativa e sonolenta.”

  Ao descer a ladeira da Sé, tu se deparava com um palco montado do ladinho da Igreja do Carmo, e de baixo da chuva que deu Sábado, tinha aquele lamaceiro, mas tu pensa que o povo ficou o tempo todo escondidinho pra não se molhar, foi? Oxente, deu uns 10 minutos saiu todo mundo pra se molhar e dançar, o Grupo Bongar do Terreiro Xambá de Olinda, levantou a galera, e no intervalo das músicas declamava o amor e orgulho que tinha pela cultura pernambucana. Ainda teve Jorge Mautner com uma participaçãozinha do filho da nossa terra, o Otto. E pra fechar, ainda rolou marchinhas clássicas de Carnaval.



   O mimo mostrou mais uma vez o motivo pelo que veio, e deixou ainda mais claro que temos nossa cultura apaixonante e que nos orgulhamos dela, mas que mesmo assim damos espaços merecidos para outros estilos, e o quanto estamos dispostos a aprender mais. Levo dessa edição novos conhecimentos, conceitos, valores, admiração fora do profissional de artistas que tive o prazer de conhecer no “quintal” da minha casa, e aquela saudade que vai ficar apertada até chegar a próxima edição.





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